La democracia burguesa, la dictadura perfecta

A DEMOCRACIA BURGUESA, A DITADURA PERFEITA


                                        Na “Republica” Platônica, grande obra de Sócrates no aprofundamento e busca de uma sociedade equitativa, onde os mais fracos pudessem se contraporem aos mais fortes e as castas sociais pudessem ter mais harmonia na busca de uma convivência mais distributiva, entre os pensadores desta desejada sociedade surgia nas palavras dos sábios o grande questionamento:
“Queremos homens governados por leis, ou leis governando os homens? ”.
Grande questionamento sem dúvidas.
 Nos faz pensar que temos pela frente que construir uma sociedade onde não se usem as leis com propósitos individuais e de interesses pessoais ou corporativos que a manipulem, distorçam-na ou criem e substituam as existentes por outras de interesses próprios; ou pior, que juízes que representem a sociedade e defendam por princípio as cláusulas pétreas da Constituição, tenham na leitura da toga diferentes interpretações conforme o andar de seus espúrios interesses ou colorações políticas.
Na dita “democracia burguesa”, na qual estamos aportando nossa nave, se disfarçam as prepotências ditatoriais das pontas das baionetas e da ilegalidade, sob o escuro manto das togas, transformando as pontas cortantes do fio de aço, por suaves pinceladas de tintas desenhadas nas sentenças e liminares. Sim, a Democracia burguesa estará repleta de liminares e com elas se sustentarão em nome da “legalidade” de magistrados na ponta de suas penas sentenciais.
Legítimas?
Até que ponto uma cadeira de magistrado sem prazo de vencimento pode nos representar nas decisões e pareceres que exalam das sentencias proferidas? Será que são justas?
Também lá, na antiga Grécia pensante se perguntavam os homens:
A quem confiarei meu rebanho de ovelhas? Ao homem justo? Ao estudioso? Ao Intocável? Ao guardião das leis e do direito?
Ou confiarei meu rebanho ao pastor de ovelhas? De roupas rasgadas, de uma casta inferior, de pouco eruditismo, mas profundamente conhecedor de ovelhas?

É para pensar, sim!

O afastamento de Cunha da Câmara de representantes do povo pelo judiciário além de trazer simpatia publica a postura de nosso Supremo, afasta também e deixa livre o caminho de Temer para a entrega do país aos grupos internacionais tanto no entreguismo de nossas riquezas, como nas privatizações de nossas empresas estatais que geram apenas lucro em detrimento dos interesses dos mais humildes, dos interesses das ovelhas que pastavam nos campos de Mariana ou dos pastores que confiaram nas leis feitas e exercidas pelos homens.

A democracia burguesa está aí para se defender e se perpetuar através da “meritocracia”.

Meritocracia esta que funciona com privilégios das elites, sem oportunidades para os mais desamparados e ainda com o extermínio do direito da maioria de 54.000.000 de votos democráticos.

Surpreende ainda que esta democracia burguesa está pronta para voltar sua defesa na recriação da teoria da “Segurança Nacional”. Com o falso discurso de Temer de reunificar o Brasil em torno da pacificação nacional em um governo ilegítimo, vai trazer o General Sergio Etchegoyen para cuidar do esquema militar do governo, acabar com a ABIN e ainda criar um novo sistema de espionagem para quem não concordar com suas práticas ou atos de governo.

Este mesmo general que denegriu o relatório da Comissão da Verdade.

É a volta do autoritarismo através da democracia burguesa, da mídia, das togas, das liminares e dos privilégios dos amigos da confraria.
São os velhos lobos, sob o manto de pelegos, cuidando das ovelhas.
João Vicente Goulart
Diretor do IPG-Instituto João Goulart

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